segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Portela Montijo – um beco sem saída | Opinião | PÚBLICO

O tema "Aeroporto do Montijo" tem gerado controvérsia.

Há quem defenda os "enormes benefícios" para a solução do Aeroporto de Lisboa e para a dinamização do Município do Montijo e há quem esteja contra por não ver, nesta solução, qualquer benefício, sobretudo para o desenvolvimento da cidade do Montijo e para todo o Concelho.



E, da análise feita no artigo cujo link se encontra infra, a realidade, verifica-se que, de facto, a solução Aeroporto Lisboa+Montijo não vai resolver o problema da capacidade do Aeroporto de Lisboa, a médio/longo prazo. Antes pelo contrário, vai vincular o Estado Português a uma concessão de longa duração cujos resultados são de curta duração.



E os benefícios para a cidade e concelho do Montijo? Também me parecem escassos.

As companhias aéreas que irão utilizar o denominado "Aeroporto do Montijo" serão as designadas "low cost", a que a utilização deste tipo de companhias aéreas tem tendência para aumentar e os utilizadores de vôos "low cost" são jovens que fazem férias na Europa à procura de novos locais, novas aventuras, empresários que necessitam de se deslocar entre países europeus por motivos de trabalho e em viagens de curta duração, famílias que fazem "escapadinhas" em países europeus, população idosa que aproveita para ir visitar familiares ou fazer umas mini-férias [estes dados são da Associação Europeia de Linhas Aéreas Low Cost (ELFAA) e foram divulgados em https://lifestyle.sapo.pt/vida-e-carreira/dinheiro-e-carreira/artigos/viagens-low-cost-o-que-saber]



Articulando todos estes dados fácil será perceber, além do que o artigo de opinião infra esclarece, os benefícios para o concelho do Montijo serão poucos ou nenhuns. O Montijo será um "ponto de passagem" para a capital e/ou, com sorte e muito boa gestão, para outros destinos como o Alentejo e Algarve.

Não mais do que isso.



Entretanto, os munícipes do Concelho, em particular os que residem na cidade do Montijo, ficarão onerados, nos próximos anos, com uma cidade-estaleiro, a preparar uma série de infra-estruturas para receber o aeroporto e, posteriormente, com a passagem dos utilizadores do Aeroporto, com o aumento exponencial dos preços do mercado imobiliário [que já se faz sentir], eventualmente com o aumento de preços de vários produtos e serviços, com a perda de qualidade de vida e sem que se saiba qual o verdadeiro retorno [se é que existe] que o aeroporto vai trazer à cidade e ao concelho.

Porque esse retorno ainda ninguém soube explicar em que se traduz.



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